INVESTIGANDO AS HISTÓRIAS DE LEITURA DE ALUNOS DO CEFET-RS

 

Catarina Maitê Macedo Machado Barboza (CEFET-RS)

 

INTRODUÇÃO

 

O presente estudo é resultado da dissertação de mestrado A Formação do Gosto pela Leitura Literária e as Histórias de Leitura de Alunos do Ensino Médio do CEFET-RS, a qual focalizou o processo de formação de leitor de um universo de dezesseis alunos pesquisados, indicados por seus respectivos professores como sujeitos leitores. Realizaram-se entrevistas, após as quais foi feito o levantamento dos dados obtidos, os quais foram analisados à luz da Sociologia da Leitura. Investigou-se o papel da família e o da escola, bem como o de outras instâncias mediadoras. Foram ainda estudadas as preferências de leitura dos entrevistados.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

A Sociologia da Leitura é uma corrente teórica, ligada à Sociologia da Literatura, que estuda o fenômeno das relações entre sociedade e obra literária, investigando os caminhos que a obra (o livro) percorre até chegar ao público (o leitor). Analisa, assim, o papel do público como elemento ativo no processo literário, bem como a importância e as influências sobre os leitores de elementos intermediários, os mediadores de leitura – editores, livreiros, bibliotecários. Tanto Robert Escarpit (1971) quanto Arnold Hauser (1977) destacam o papel dos mediadores entre autor e público.

No âmbito da mediação, segundo Escarpit, primeiramente, o editor (ou a comissão editorial) selecionaria os autores e as obras a serem editadas. Em seguida, o livreiro ou jornaleiro determinaria os autores e obras a serem expostos à venda em sua livraria ou banca de revistas e jornais. O bibliotecário também desempenharia um papel seletivo, ao escolher o acervo da biblioteca que dirige. O próprio leitor, ao fazer sua escolha de leitura ou indicar uma leitura a outrem, estaria procedendo a uma seleção. Por fim, os manuais de literatura, a escola e os professores também procederiam seletivamente, ao trabalharem com determinados autores e obras em detrimento de outros. Não se pode ignorar, no entanto, o papel da crítica especializada e da media em geral - imprensa escrita, rádio, televisão, Internet -, as quais atuam como mediadoras, selecionando as obras que chegarão ao público, muitas vezes antes mesmo da mediação do livreiro.

Os estudos sobre a Sociologia da Leitura procuram ainda evidenciar que, sociologicamente, não existem os livros que não são lidos, ou seja, o fato literário só se concretiza com o ato de leitura do sujeito leitor. Portanto, a leitura é um processo dinâmico, uma experiência que compromete o ser vivente inteiro, tanto em seus aspectos individuais como nos coletivos. “O leitor é um consumidor e, como todos os consumidores, guia-se antes por um gosto que por um juízo crítico” (ESCARPIT, 1971, p. 111).

A Sociologia da Leitura não se limita a identificar e analisar as relações entre autores, mediadores, público e obra literária. Escarpit, por exemplo, também investiga a formação do gosto e as preferências do público, considerando aspectos como cultura, idade, sexo, profissão, posição social. Nesse sentido, o pesquisador francês examina ainda as motivações para a leitura e as circunstâncias em que o sujeito leitor encontra-se, na vida diária, disponível à prática da mesma.

 

MEDIAÇÃO DA FAMÍLIA

 

Analisando os relatos dos alunos entrevistados, constatou-se que, na infância, a família e a escola são os dois grandes mediadores. A família – nas figuras da mãe e do pai, principalmente – parece ser o elemento decisivo na formação do hábito e do gosto pela leitura literária, uma vez que são eles, normalmente, os primeiros contadores de histórias na infância dos leitores pesquisados.

O Aluno 14, por exemplo, relata a experiência com a leitura de A Bela Adormecida:

 

Eu adorava A Bela Adormecida, eu era apaixonada pela Bela Adormecida! Olha, eu acho que eu escutei mais de vinte vezes, quando eu era pequena. Eu só queria ir na locadora pegar A Bela Adormecida. E o meu pai também comprou um livro para mim, daqueles musicais. Ainda nem tinha muito no Brasil, na época. Mas eu era apaixonada, eu adorava aquilo. A Bela Adormecida era a história que eu mais gostava. (ALUNO 14)

 

O Aluno 11 recorda que pessoas da família contavam-lhe histórias vivenciadas por elas mesmas:

 

Histórias, assim, que eu ouvi, eram histórias da infância deles, da adolescência deles. A minha avó vivia contando histórias da campanha, mas só esse tipo de história, deles mesmo. (...) Porque, de alguma coisa que eu falava, eles sempre lembravam de uma história que aconteceu com eles. Daí, eles contavam. (ALUNO 11)

 

O Aluno 3 destaca o papel do pai como mediador de leitura:

 

(...) Foi o meu pai. A partir dos cinco anos, eu já participava de um grupo infantil da igreja, e eles sempre contavam histórias. Mas em casa sempre tinha histórias - as histórias dos Irmãos Grimm, as fábulas. E depois nós tínhamos um jornalzinho de criança. Era o Mundo das Crianças e era semanalmente. O pai comprava para nós e era o que ele fazia conosco: contava as histórias, e depois tinha as atividades. Era bem legal. (ALUNO 3)

 

O Aluno 8 também fala a respeito das histórias que lhe eram contadas na infância:

 

Era o tipo padrão para criança, aquelas histórias da Carochinha: Os Três Porquinhos, Chapeuzinho Vermelho, todos esses contos de fadas. (...) Eu me lembro que praticamente o primeiro livro que leram para mim foi o Alice no País das Maravilhas. Durante um tempo - mais ou menos um mês - eu só li ele praticamente. Todos os dias, quando a mãe não podia, o pai sempre lia um pedaço para mim. Aí, quando eu ficava muito ansioso, o pai: “Não, agora pára e dorme que amanhã tem mais”. Aí, foi esse livro. Eu me lembro que teve outros, mas o que mais me marcou foi Alice no País das Maravilhas. Foi um pouco antes de eu começar a aprender a ler. Eu diria quatro anos, quase cinco anos. Foi por volta dos três, quase quatro. (ALUNO 8)

 

O Aluno 9 recorda-se dos pais contando-lhe histórias na infância:

 

Eram muitas, muitas histórias. Quando eu ia dormir, o pai ou a mãe iam me contar histórias. (...) Desde Chapeuzinho Vermelho até outros tipos de histórias; aí já começaram os livros, assim, com aquelas historinhas simples. (...) Lembro de um livro em que todos os personagens eram em alto relevo. Tu abria o livro e o personagem começava a ficar grande; ele abria e ia mostrando o cenário do que estava acontecendo, mas eram historinhas, coisinhas assim. (ALUNO 9)

 

MEDIAÇÃO DA ESCOLA E DA BIBLIOTECA

 

A investigação acerca do papel da escola como veículo mediador abrange dois grandes momentos da vida escolar – o Ensino Fundamental e o Ensino Médio – e envolve professores, colegas de aula e bibliotecários como possíveis elementos de mediação.

Dentre os dez alunos que consideram ser influenciados pela escola, no Ensino Fundamental, todos apontaram professores como estimuladores; um deles ainda destacou a figura do bibliotecário e outro, a influência de colegas.

Em relação às atividades de leitura de obras literárias, propostas pelos professores no Ensino Fundamental, quando os alunos afirmaram que a atividade desenvolvida não os estimulava, não raro ressaltaram que o que os desagradava era a atividade posterior à leitura - resumo, ficha de leitura, apresentação de resumo.

A maioria dos alunos afirma que, no Ensino Fundamental, havia biblioteca na escola. Apenas um aluno afirmou que não dispunha de biblioteca e outro aluno não freqüentava a biblioteca escolar durante o Fundamental. Em relação aos lugares preferidos para a leitura, na infância, três alunos indicaram a biblioteca escolar do Ensino Fundamental.

Em seu depoimento, o Aluno 1 afirma que, em uma das escolas que freqüentou no Fundamental, foi o responsável pela reabertura da biblioteca aos alunos.

 

(...) E um dia, na escola - eu acho que eu estava na 3ª série -, eu descobri que tinha uma biblioteca. E ninguém sabia que tinha. E eu descobri que tinha e perguntei por que estava sempre fechada, por que ninguém ia: “Ah, está fechada porque ninguém vai”. Aí, eu me lembro que, naquela época, surgiu de novo um interesse. Aí, as professoras vieram até e abriram. E foi uma algazarra, porque as crianças foram todas pegando livro, pegando livro. Nunca tinham se interessado e, quando abriu, assim, houve um interesse. Aí, eu peguei um livro do Pedrinho, da Narizinho - do Sítio de Pica-Pau Amarelo.(...) (ALUNO 1)

 

Em relação ao Ensino Médio, a maioria dos alunos considera que seu gosto pela leitura literária é (ou foi), de alguma forma, estimulado e influenciado pela escola. Apenas um aluno não observa essa influência. Igualmente a maioria aponta professores como os grandes incentivadores e estimuladores. Em seguida são citados colegas e bibliotecários como elementos incentivadores ou estimuladores da leitura.

Diferentemente do Ensino Fundamental, no Ensino Médio, apenas um aluno não se sente estimulado à prática da leitura literária através das propostas desenvolvidas pelos professores da disciplina, em virtude da forma como a leitura é, posteriormente, trabalhada e avaliada. Ainda assim, através dos relatos dos alunos observa-se que, como no Ensino Fundamental, muitas vezes, não é a leitura que desagrada o aluno, mas o que é feito com ela pela escola.

O Aluno 14 assim justifica a falta de estímulo em relação às propostas de leitura feitas pelos professores:

 

Não, porque é que nem eu te falei: o que os professores indicam para ler eu não gosto. Eu não gosto dos livros literários que a gente estudou até agora. Romantismo mesmo eu não posso nem ver mais na minha frente. Eu não gosto mesmo. Tem coisas que eu até acho bem interessantes. Tem até alguns textos, que são satíricos, tipo do Jô Soares, que estava satirizando aquele texto “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá”. Então, tem alguns que eu acho interessantes. (...) É. Eu gosto de textos bem atuais, de coisas místicas eu gosto bastante. (...) Depende da leitura. Se me indicarem um livro de Romantismo, com certeza, eu não iria gostar muito. Depende bastante, mas normalmente eu leio. Mesmo um pouco contrariada. (...) Depende do livro. Se eu não gosto, é por obrigação. (ALUNO 14)

 

Quanto à freqüência à biblioteca escolar, alguns alunos reclamam, principalmente do fato de não lhes ser permitido escolher os livros diretamente nas estantes:

 

Só uma coisa que eu diria que eu não concordo com a biblioteca daqui: é o fato de já ter que ir pensando num livro. Não pode chegar lá e encontrar. Isto eu já acho que não estaria bem certo, porque, no momento que acontece isso, tu já perde, de certa forma, o contato com o livro. Creio eu que seja uma questão de hábito, não deixar pegar os livros, para evitar sumir com os livros da biblioteca. Eu acho assim que, quando tu vai com o intuito de uma pesquisa, tu já está indo com o livro predeterminado, ou por indicação do professor ou por indicação de algum conhecido. Mas, se tu quer ler algum livro e tu não sabe bem ainda o que tu quer - “Ah, eu gosto de tal assunto” -, aí tu tem que esperar ser atendido pelo bibliotecário. Ele vai ter que te trazer meia dúzia de livros de um autor, para tu saber o que tem e o que não tem: “Ah, esse eu já li. Esse, não”. Isso acaba dificultando o acesso, de certa forma. Nada como tu pegar o livro para ler. É uma coisa que não combina com leitura, sabe, essa proibição. Na minha opinião, de certa forma atrapalha, mas é uma forma organizacional. (ALUNO 4)

 

No ano passado, eu comecei a pegar mais no CAVG. E lá a biblioteca é assim: ela é aberta. Tu entra e tu escolhe o livro que tu quer retirar. Eu podia entrar e mexer, mexer, mexer! Aqui tu tem que pedir o livro que tu quer retirar. (ALUNO 1)

 

PRÁTICAS DE LEITURA

 

Após a alfabetização, a leitura passa progressivamente de uma fase compartilhada para um ato solitário e silencioso. A grande maioria dos alunos respondeu que prefere a leitura individual, em ambientes sossegados e silenciosos, em geral, no próprio quarto. Alguns, inclusive, fazem questão de mencionar que preferem ler no quarto, deitados em sua cama. Esse quadro não sofre muitas modificações da infância para o momento atual.

O momento preferido para leitura, tanto no Ensino Fundamental como no Médio, é a noite. No Ensino Fundamental, os entrevistados normalmente lêem no início da noite; no Médio, em alguns casos, tal horário vai mudar para a madrugada. Há ainda que destacar, dentre os alunos oriundos da zona rural, a preferência pela leitura à tarde, ao ar livre, embaixo de uma árvore, cuja lembrança traz saudade. É o que relata, por exemplo, o Aluno 10:

 

Como eu morava no interior, eu gostava de ir para baixo de uma árvore, sentar e ficar lendo... sozinha. (...) na maioria das vezes era na rua. Eu me sentia livre. Isso. Eu me sentia livre e podia viver a história com mais realidade, digamos. (ALUNO 10)

 

Destacam-se ainda os Alunos 14 e 10, uma vez que o primeiro descreve todo um ritual “pré-leitura”, e o segundo traça um paralelo entre as preferências da infância e as atuais:

 

Desde pequena, no meu quarto. (...) Sozinha, tranqüila. (...) Música eu escuto antes. Eu acendo um incenso, deixo queimar e fico escutando música, fico bem calma. Aí, quando eu estou com a mente livre para ler, eu desligo o som, pego o livro e leio. Gosto bastante. (ALUNO 14)

 

Bom, atualmente, o meu lugar de leitura é o meu quarto. Mas, se eu tivesse oportunidade, eu voltaria a ler embaixo da velha árvore da infância. Se desse... Em silêncio total... sozinha. (...) À noite, na madrugada, assim... Todas as noites... Nos fins de semana, eu não tenho lido. (ALUNO 10)

 

Há também os relatos dos Alunos 3 e 4, os quais falam de atividades de leitura em voz alta, compartilhada com membros da família:

 

Eu gostava de ler no meu quarto ou senão eu gostava de pegar uma cadeira e sentar numa sombra, na rua. (...) Isto. Ou, então, se fosse uma história que eu estivesse lendo e gostando, eu sentava com as minhas irmãs, e elas me ouviam. Eu contava para elas. Eu pegava uma cadeira, sentava na sombra e lia. Ao ar livre. (...) Eu lia para elas. Eu tentava uma coisa - de repente, eu mudava o tom da voz de um personagem. (ALUNO 3)


 

Às vezes, a gente fazia o seguinte. Eu deveria ter eu acho que uns onze anos ou nem isso na época. Era eu, a minha irmã e uma tia minha. Então, eu pegava um livro e cada uma lia um pedaço do livro, para nenhuma cansar de ler. Eu lia um pouco, a minha irmã lia um pouco e a minha tia lia outro pouco. Então, já ficava... já era uma forma de ler. (ALUNO 4)

 

A preferência pela leitura em voz alta, durante o Ensino Fundamental, cultivada entre familiares, em casa (portanto, fora do ambiente escolar), relatada em duas das dezesseis entrevistas, surpreende, uma vez que essa prática tão antiga, ao que se sabe, praticamente inexiste na atualidade. Tal prática de leitura, no núcleo familiar, remete ao relato de José de Alencar, Como e por que sou romancista (1998), em que o autor relembra que lia, na infância, em voz alta, para a mãe e outras senhoras, como amigas da família, por exemplo, romances que eram cultivados, na época, pelo público feminino. O hábito da leitura em voz alta, em casa, hoje, faz supor uma integração entre os familiares, os quais se reuniriam para compartilhar a leitura, numa atitude que parece pouco comum para os padrões de vida atuais.

 

LEITURAS PREFERIDAS

 

As experiências de leitura na infância terão reflexos na adolescência, durante o Ensino Médio. Nessa fase, muitos dos leitores investigados vão procurar amigos e/ou professores (e, mesmo, os pais) para conversar sobre livros e pedir sugestões de leitura. A influência de colegas – quase nula no Ensino Fundamental e bastante expressiva no Ensino Médio –, talvez ocorra em virtude de o convívio social e interpessoal ser uma necessidade do momento vivido pelo sujeito leitor: a adolescência. No entanto, o ato de comentar ou discutir suas leituras com alguém já era hábito da maioria dos alunos no Ensino Fundamental e parece aumentar no Ensino Médio, atingindo quase a totalidade dos alunos. Nessa interação, os hábitos de leitura dos leitores envolvidos sofrerão mútuas influências. Assim, observa-se, em relação ao contato com livros, além da família, uma rede de relações mediadoras – em maior ou menor grau –, através das quais os entrevistados informam-se sobre os livros que lêem: amigos, namorados, professores, bibliotecários, meios de comunicação, os próprios livros lidos (que remetem a outros) e livrarias.

O trecho seguinte, extraído da entrevista do Aluno 2, aborda esse aspecto:


 

Nem tanto, mas sempre comento. Sempre comento o que eu estou lendo. No ano passado, era mais em função do [concurso “Viagem] Nestlé [pela Literatura Brasileira”] e depois que terminou a gente manteve um contato. A gente faz umas jantas e a gente sempre comenta o que está lendo com o grupo. Tem pessoas no grupo que lêem muito, e isso dá vontade de ler mais ainda. Isso foi bem interessante para mim. (...) Acho que é mais com professores. No grupo do Nestlé, acho que é com todos, professores e alunos. (ALUNO 2)

 

Em relação às preferências de leitura, no Ensino Médio, surge, de um lado, a leitura de obras de Paulo Coelho, narrativas policiais, especialmente Agatha Christie e best sellers de autores como Sidney Sheldon, Harold Robins e Danielle Steel. Essas leituras, quando indicadas, são normalmente, conforme os próprios entrevistados, sugestões de colegas. De outro lado, há alunos apreciadores das literaturas brasileira e rio-grandense. Destaco o caso do Aluno 10, leitor aficionado de Erico Verissimo, de quem já leu uma soma considerável de obras no período de um ano - Clarissa, Música ao Longe, Um Lugar ao Sol, Saga, Olhai os lírios do campo, Noite. As obras indicadas aos concursos vestibulares da região são igualmente apontadas por boa parte dos entrevistados: Dom Casmurro, O Continente, Contos Gauchescos - entre as narrativas -; poemas de Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade - entre as obras poéticas.

 

Por fim, encerramos o presente estudo com uma citação do relato de Alberto Manguel, no primeiro capítulo de Uma História da Leitura:

 

E assim passei ambiciosamente da minha história de leitor à história do ato de ler. Ou, antes, a uma história da leitura, uma vez que tal história – feita de intuições privadas e circunstâncias particulares – só pode ser uma entre muitas, por mais impessoal que tente ser. Em última instância, talvez, a história da leitura é a história de cada um dos leitores (MANGUEL, 1997, p. 36).


 

REFERÊNCIAS

 

ALENCAR, José de. Como e por que sou romancista. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998.

 

BARBOZA, Catarina Maitê Macedo Machado. A Formação do Gosto pela Leitura Literária e as Histórias de Leitura de Alunos do Ensino Médio do CEFET-RS. Porto Alegre: CPGL/PUC-RS, 2002. Dissertação (Mestrado em Teoria da Literatura), Curso de Pós-Graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2002.

 

ESCARPIT, Robert. Sociología de la literatura. Barcelona: Oikos-tau, 1971.

 

ESCARPIT, Robert et al. Hacia una sociología del hecho literario. Madrid: Edicusa, 1974.

 

HAUSER, Arnold. Sociología del público. In: ___. Sociología del arte. Madri: Guadarrama, 1977. v.4.

 

ISER, Wolfgang. A interação do texto com o leitor. In: LIMA, Luiz Costa. A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

 

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

 

ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo: Ática, 1989.