O
presente trabalho apresenta um estudo do comportamento da vogal átona /e/ nos
clíticos pronominais -me, -te, -se e -lhe, em posição proclítica,
que têm o verbo como hospedeiro. O objetivo da pesquisa foi discutir o uso variável
da regra de neutralização aplicada a vogais de clíticos, na cidade de Bagé,
RS, com localização próxima à fronteira com o Uruguai, focalizando apenas a
análise de fatores de natureza lingüística. A opção por investigar uma
cidade fronteiriça com o Uruguai deve-se ao fato de, na língua espanhola, a
regra de neutralização da vogal átona final não ser aplicada.
Os
resultados estatísticos foram analisados com base na Fonologia Autossegmental (Clements
& Hume, 1995; Vieira, 1994, 1997; Bisol, 2002) e na Teoria da Variação (Labov
1982, Mollica 1992; Vieira, 2002). O presente trabalho constitui-se em pesquisa
piloto para estudo de amplitude mais ampla que está sendo realizado. Um dos
fatos que o estudo maior pretende investigar é se há diferença na aplicação
da regra de neutralização de vogais átonas em clíticos e em final de
palavras de outras categorias gramaticais da língua.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A regra de neutralização vocálica no Português ocorre condicionada prosodicamente, uma vez que depende do acento primário da palavra, e atinge o sistema de vogais da língua no parâmetro relativo à altura.
De acordo com a Fonologia Autossegmental, as distinções de altura das vogais são representadas através de traços de abertura. As sete vogais do português, segundo Wetzels (1992), têm a seguinte caracterização quanto à altura, mostrada em (1).
(1)
abertura i/u e/o E/ a
aberto 1 - - - +
aberto 2 - + + +
aberto 3 - - + +
(Wetzels, 1992, p.22)
As
vogais médias altas e baixas distinguem-se apenas pelo traço [aberto 3], sendo
que para /e/ e /o/ é atribuído o valor [-aberto] e para /E/
e //
[+aberto].
Há
três tipos de regras de neutralização vocálica em sílabas átonas na língua:
a)
neutralização da pretônica – por essa regra neutraliza-se a oposição
entre vogais médias baixas e médias altas, manifestando-se apenas vogais médias
altas.
Exemplo:
f[E]rro
→ f[e]rreiro
b)
neutralização da postônica não-final – por essa regra
neutralizam-se as vogais labiais médias e altas, manifestando-se a labial alta.
Exemplo:
abób[o]ra → abób[u]ra
c)
neutralização da postônica final – por essa regra neutralizam-se as
vogais médias e altas, manifestando-se vogais altas.
Exemplo:
bol[o] →bol[u]
É
relevante salientar que, no Rio Grande do Sul, região em que foi realizado este
estudo, as regras de neutralização da postônica final e da postônica não
final são variáveis (Amaral, 2002; Vieira, 2002).
Como,
na presente pesquisa, investigamos o uso variável da regra de neutralização
aplicada à vogal dos clíticos pronominais -me, -te, -se e -lhe,
considerando-os morfemas independentes, aqui caracterizamos somente a regra de
neutralização da átona final, que se constitui, portanto, no foco deste
trabalho.
A
regra de neutralização da vogal postônica em final de palavra, de acordo com
Wetzels (1992, p.27), tem a representação mostrada em (2).
(2)
X
)w
|
[+vocóide]
╪
[+aberto2]
Essa regra faz com que não haja distinção entre vogais médias e vogais altas, pois desassocia o [aberto2] da vogal átona em posição final de palavra.
De
acordo com Wetzels (1992), há, no caso da regra de neutralização das átonas,
uma regra de redundância, a qual atribui o valor (-) ao traço desassociado.
Vejamos essa regra de redundância em (3):
(3)
[Ø abertox] → [- aberto x] 1
Por serem os clíticos formas independentes na língua, embora não sejam portadores de acento, estão também sujeitos à regra variável de neutralização da vogal átona final.
É importante também referirmos que, pelo fato de não portarem acento, os clíticos podem integrar outra palavra prosódica. Por essa razão, seu comportamento precisa ser olhado à luz de modelos prosódicos.
Nespor
& Vogel (1986), com base em Selkirk (1978, 1980), desenvolvem uma proposta
para a organização da estrutura prosódica das línguas. Nesse modelo, a
estrutura prosódica corresponde a um subsistema do componente fonológico da
gramática e interage, segundo elas, de forma interessante com os demais
subsistemas representados pela teoria auto-segmental, teoria métrica e
fonologia lexical (Leiria, 1999, p. 36).
De
acordo com essa proposta teórica, há, na fonologia , constituintes prosódicos
que estão organizados de forma hierarquizada. Para Nespor & Vogel (1986),
os constituintes prosódicos correspondem a domínios de aplicação de regras
fonológicas e é esse fato que os torna integrantes da estrutura hierárquica
da Fonologia Prosódica.
Cabe
salientar que, para Nespor & Vogel, não é obrigatório que a fonologia de
uma língua inclua todos esses constituintes.
Nessa
proposta teórica, uma seqüência de “clítico + hospedeiro” pode integrar
diferentes constituintes – ou uma palavra fonológica ou um grupo clítico
–, dependendo de ser ou não domínio de aplicação de regras fonológicas.
O
trabalho aqui realizado tem, portanto, implicações em dois níveis da
hierarquia prosódica: o da palavra fonológica (w)
e o do Grupo Clítico (c), mas esse aspecto não será explorado no presente
estudo. O foco deste trabalho é exclusivamente a aplicação da regra de
neutralização nos clíticos que antecedem o hospedeiro.
É
importante lembrar que Câmara Júnior (1970) já alertava sobre a possibilidade
de as partículas átonas se incorporarem ao vocábulo fonológico seguinte e,
também, sobre o fato de tanto partículas pospostas como as antepostas ao
hospedeiro poderem sofrer a regra de neutralização.
Para a investigação da regra de neutralização da vogal /e/ dos clíticos pronominais na cidade de Bagé – RS, utilizamos o Banco de Dados Sociolingüístico da Fronteira e da Campanha Sul-Rio-Grandense – BDS PAMPA, desenvolvido na Universidade Católica de Pelotas.
O corpus foi composto por 6 entrevistas realizadas na cidade de Bagé. Não foram controlados fatores extralingüísticos, apenas foi homogeneizada a idade dos entrevistados: o presente trabalho, analisando apenas a regra de neutralização em dados da fala de pessoas com idade a partir de 50 anos, apresenta recorte de pesquisa mais ampla.
Essas 6 entrevistas foram transcritas foneticamente e, após sua codificação, utilizou-se o Pacote VARBRUL para o tratamente estatístico do corpus. Por fim, descreveram-se os resultados obtidos com base na Teoria da Variação, de William Labov.
Encontramos,
na amostra, um total de 275 ocorrências dos clíticos –me, -te, -se e –lhe
com seu hospedeiro, no caso, o verbo. Desses, em 118 casos houve a neutralização
da vogal /e/ do clítico. Nos 157 casos restantes, os informantes não elevaram
a vogal átona final.
Definição das Variáveis
1. Variável Dependente: neutralização ou não da vogal átona /e/ dos clíticos pronominais –me, -te, -se e –lhe.
2. Variáveis Independentes Lingüísticas:
2.1 Contexto Precedente:
[m]
[t] 2
[s]
[´]
2.2 Contexto Seguinte:
2.2.1 Consoante Onset da Sílaba Seguinte quanto a Ponto de Articulação
labial [p, b, f, v, m]
coronal [t, d, s, z, S, Z, l, n, tS, dZ]
dorsal [k, g, R]
2.2.2 Tipo de Segmento Vocálico da Sílaba Seguinte ao Clítico3
i
e
E
o
u
a
3 Distância (do Clítico) da Sílaba Tônica do Hospedeiro
1ª sílaba
2ª sílaba
3ª sílaba
4ª
sílaba
4 Tipo de Juntura
ditongação
degeminação
hiato
com consoante seguinte
Essas
variáveis foram definidas levando-se em consideração as variáveis relevantes
em pesquisas sobre o comportamento de vogais no Português Brasileiro (PB), como
as de Amaral (2002), Bisol (2002) e Vieira (2002).
Numa primeira rodada, o programa VARBRUL detectou knockouts nas variáveis “contexto precedente”, “consoante onset da sílaba seguinte quanto ao ponto de articulação”, “tipo de segmento vocálico da sílaba seguinte”, “distância (do clítico) da sílaba tônica do hospedeiro” e “tipo de juntura”, por isso foi preciso excluir algumas variantes desses grupos de fatores.
Após a exclusão de algumas variantes da pesquisa, o programa estatístico selecionou como pertinentes duas variáveis: “tipo de juntura” e “vogal da sílaba seguinte ao clítico quanto ao ponto”.
Em
se considerando a variável “tipo de juntura”, primeira selecionada pelo
VARBRUL, apresentamos inicialmente, na Tabela 1, os resultados obtidos para cada
variante, com os percentuais registrados por esse sistema operacional.
Tabela
1: Registro da ocorrência da regra de neutralização da vogal átona final /e/
segundo a variável “tipo de juntura” (sem amalgamações)
Variantes
Ocorrência/Total
Percentual
Com
Consoante
45/195
23%
Seguinte
Hiato
0/3
0%
Ditongação
49/49
100%
Degeminação
24/28
86%
Total 118/275 43%
A
Tabela 1 indica que os processos de sândi, ou seja, a degeminação (86%) e a
ditongação (100%), favorecem a neutralização das vogais finais. Já nos
casos em que aparece uma consoante seguinte ao clítico ou naqueles em que a
vogal do clítico forma um hiato com a vogal que está na borda esquerda do
hospedeiro, há um desfavorecimento da regra em estudo.
Em
rodada subseqüente do VARBRUL, os grupos de fatores mostrados na Tabela 1 foram
amalgamados em junturas “com processos de sândi” e junturas “sem
processos de sândi”. Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 2.
Tabela
2: Registro da ocorrência da regra de neutralização da vogal átona final /e/
segundo a variável “tipo de juntura”
Variantes Ocorrência/Total Percentual Peso Relativo
Com processos 73/77 95% .96
de sândi
Sem processos 45/198 23% .23
de sândi
Total 118/275 43%
Significância .032
Input .49
Apresentamos, em (5), exemplos de realizações lingüísticas pertencentes ao corpus da pesquisa que mostram os tipos de juntura.
(5)
Exemplos:
- Com processos de sândi: t[ẽ]nsinou / m[ja]mou
- Sem processos de sândi: m[e] conheceu ~m[i] conheceu / m[ea]mou
Na
Tabela 2, podemos observar que o tipo de juntura considerado relevante pelo
VARBRUL foi o intitulado “com processos de sândi”, o qual apresenta peso
relativo .96. Esse tipo de juntura
mostrou-se altamente favorecedor da neutralização da vogal átona /e/ dos clíticos
pronominais analisados neste estudo. Esta tabela também mostra o
desfavorecimento desta regra nos casos em que não há processos de sândi (PR
.23).
Os
resultados dessa Tabela poderiam também receber interpretação por outro
enfoque: permitiriam concluirmos que a neutralização da vogal do clítico é
que favorece processos de sândi. Essa interpretação seria única e categórica,
se levássemos em conta os dados relativos à ocorrência de “ditongação”,
nos resultados mostrados na Tabela 1 – esses resultados registram que em 100%
dos casos de ditongação houve neutralização, o que implica que sempre que
foi aplicada a regra de neutralização vocálica, havendo contexto para a regra
de ditongação, esta também foi aplicada.
O
mesmo comportamento praticamente categórico já não pode ser atribuído ao
outro processo de sândi também registrado nos dados – o processo de degeminação
-, já que houve degeminação tanto com a manutenção da vogal média do clítico,
como com a sua realização como vogal alta, conforme aparece nos exemplos em
(6):
(6)
te ensinou – t[ẽ]nsinou
me
encontrou – m[ĩ]ncontrou
Portanto, não é possível generalizar que a neutralização vocálica implica processos de sândi, mas é possível dizer, pelos resultados da pesquisa, que processos de sândi favorecem a neutralização de vogais dos clíticos, especialmente quando dessa neutralização pode decorrer um ditongo.
A segunda variável selecionada pelo VARBRUL foi o “tipo de segmento vocálico da sílaba seguinte ao clítico”, cujos dados aparecem na Tabela 3.
Tabela
3: Registro de ocorrência da regra de neutralização da vogal átona final
/e/ segundo a variável “tipo de segmento vocálico da sílaba seguinte ao
clítico”
Variantes Ocorrência/Total Percentual Peso Relativo
/o/ 57/140 41% .41
/a/ 33/78 42% .58
/i/ 9/30 30% .42
/u/
19/27
70%
.76
Total
118/275
43%
Significância
.032
Input .49
Apresentamos, em (7), exemplos referentes à variável “vogal da sílaba seguinte ao clítico quanto ao ponto”.
(7)
/o/ s[e] t[o]rnou
/a/ t[e] f[a]lei
/i/ m[i] d[i]sse
/u/ s[i] m[u]dou
Na
Tabela 3, verificamos que a vogal /a/ favorece a regra de neutralização
(PR.58), enquanto as vogais /o/ e /i/ se mostram desfavorecedoras da regra aqui
estudada (PR .41 e .42). Não podemos considerar que a vogal /u/ favorece a
regra de neutralização, pois existem poucos casos dessa vogal no corpus
da pesquisa.
Ao
analisarmos os resultados relativos à Tabela 3, é relevante salientarmos que
essa variável foi controlada no presente estudo porque tínhamos a hipótese de
que a presença da vogal alta /i/, na sílaba seguinte ao clítico, seria fator
que favoreceria a elevação da vogal média /e/ do clítico em razão de
harmonia vocálica. Segundo Bisol (1981), a vogal /i/ em sílaba subseqüente a
uma vogal átona pretônica média alta é o maior condicionador de sua elevação,
configurando um caso de harmonia. No entanto, no presente estudo, com esse
pequeno grupo de informantes, nossa hipótese não foi confirmada. Houve poucos
dados que mostraram a vogal alta /u/ subseqüente ao clítico como favorecedora
da elevação de /e/ e que poderiam encaminhar conclusões em direção à nossa
expectativa, mas contrariam a conclusão de Bisol (1981) de que a vogal alta /i/
é que é o gatilho por excelência da elevação, por harmonia, das pretônicas
médias altas /e/ e /o/, sendo que, segundo a autora, a vogal alta /u/ seria
gatilho para a elevação apenas da média alta labial /o/, uma vez que a vogal
/u/, por ser [+posterior], é menos alta do que a vogal alta /i/, que é
[-posterior].
Os
resultados da Tabela 3, ao mostrarem a vogal baixa /a/ como favorecedora da
aplicação da regra de neutralização da vogal dos clíticos, contrariam nossa
hipótese inicialmente proposta, podendo conduzir à conclusão de que estamos diante de um caso de dissimilação, o que não
constitui uma operação fonológica freqüente no sistema do Português.
Em
virtude desse fato, consideramos recomendável a observação cautelosa desse
resultado, e optamos por apresentar afirmações mais conclusivas apenas após
estudo mais amplo, com maior número de dados.
Como todos os indivíduos estudados neste trabalho tinham 50 anos ou mais, verificamos que a regra de neutralização da vogal /e/ dos clíticos pronominais investigados é pouco aplicada na fala dos indivíduos com essa idade, na cidade de Bagé-RS. Esse fato talvez se deva à influência do espanhol, pois nesta língua a regra de neutralização das vogais átonas finais não é aplicada.
A manutenção da vogal média alta /e/ em posição átona final identificada no presente estudo vem confirmar os resultados da pesquisa de Vieira (1984), particularmente em se tratando de falantes da região de fronteira do Rio Grande do Sul.
Pela aplicação do programa VARBRUL aos dados deste trabalho, os contextos favorecedores da regra em estudo foram os processos de sândi e o tipo de segmento vocálico da sílaba seguinte ao clítico. Desses dois contextos, os casos de sândi chamam especial atenção, porque poderiam permitir a interpretação de que a neutralização é que favorece o sândi, especialmente em se tratando do tipo de juntura em que ocorre ditongação.
Embora os resultados tenham revelado que a elevação da vogal do clítico, quando ocorre, é lingüisticamente condicionada, a presente pesquisa comprova que, na região do Rio Grande do Sul estudada, a regra tem aplicação minoritária entre as pessoas de mais idade nessa comunidade. O comportamento predominante mostrou-se ser o da manutenção da vogal média alta dos clíticos, como mostram os exemplos em (8).
(8)
m[e] conheceu
s[e] mudou
Com a não aplicação da regra em foco nas vogais, os clíticos passam a integrar a palavra prosódica seguinte e, obrigatoriamente, temos de levantar a hipótese de que é questionável, nessa comunidade, o fato de o grupo clítico ser domínio para regra fonológica. A confirmar-se essa conclusão, poderíamos hipotetizar que a gramática da maioria das pessoas com idade acima de 50 anos, na cidade de Bagé, não apresenta o grupo clítico em sua hierarquia prosódica. Um estudo maior precisa ser realizado para que tais hipóteses sejam adequadamente avaliadas.
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O símbolo Ø representa desassociação e o x indica qualquer traço.
2 Quando ocorre a neutralização há, conseqüentemente, a palatalização, mas essa palatalização no clítico é dependente dessa neutralização, por isso o [tS] não foi colocado como variável no contexto precedente.
3 Quando na sílaba subseqüente existia um ditongo, consideramos como vogal seguinte, nesse caso, a vogal base do ditongo, por isso não consideramos [j] e [w] como variáveis no trabalho – os ditongos da sílaba seguinte são decrescentes.