INTRODUÇÃO

 

 

            O objetivo deste trabalho é realizar uma analise de textos sob as perspectivas da intertextualidade e da polifonia,  implicando, pois, no reconhecimento do caráter dialógico da linguagem e da pluralidade de vozes presentes nos textos/discursos. Em outras palavras, consideramos que a intertextualidade e a polifonia põem o texto no território próprio caracterizado pela heterogeneidade  ou “numa relação radical de seu interior com seu exterior;  e, desse exterior, evidentemente fazem parte todos os outros textos que lhe dão origem, que predeterminam, com os quais dialoga, que retoma, a que alude, ou a que se opõe segundo Koch (1997:46). “Portanto, à concepção de texto aqui apresentada subjaz o postulado básico de que o sentido não está no texto, mas se constrói a partir dele, no curso da interação” (Idem:25).

Desse modo, o processamento textual não é algo que se restringe aos limites de um texto, numa perspectiva estática, mas que vai além, determina a uma dependência de conhecimento, por parte dos interlocutores, de outros textos com os quais mantém algum tipo de relação, como lembram Beugrande & Dressler (apud Koch 1997).

 

1. TEXTO, INTERTEXTO E POLIFONIA

 

A discussão que fazemos agora sobre os conceitos de intertextualidade e polifonia tem como principal referência o artigo O texto e a [inevitável] presença do outro , Koch (1997). A autora argumenta que a “inevitável presença do outro em tudo que dizemos ou escrevemos” permite estabelecer a distinção entre uma intertextualidade e/ou polifonia, em sentido amplo, constitutiva de qualquer discurso e uma polifonia e uma intertextualidade num sentido estrito,  sendo esta última dependente da presença de um intertexto. No caso em que o locutor cita o texto-fonte, trata-se de intertextualidade explícita, enquanto a ausência da citação resulta na intertextualidade implícita e, neste último caso, a recuperação do texto-fonte pelo interlocutor vai depender da sua memória enciclopédica para construção do sentido.

Ao incorporar um intertexto o locutor pode fazê-lo com valor de captação, seguindo a orientação argumentativa do intertexto, ou com valor de subversão, atitude em que o intertexto é incorporado para ser questionado, mas é claro que nem sempre na efetiva interação verbal é possível fazer essa distinção de forma totalmente nítida.

A polifonia conforme  Koch (1997) é mais ampla que a intertextualidade, não exige necessariamente a presença do intertexto, podendo ocorrer com a presença de enunciadores ou pontos de vista distintos, nos termos da teoria polifônica de Ducrot. Já no caso em que se registra a presença de mais de um locutor, como no discurso direto, trata-se de polifonia e intertextualidade explícita. 

Um outro conceito muito importante para a análise que faremos mais adiante é o de détournement – militante ou lúdico (Grésillon & Maingueneau) que Koch insere no quadro da intertextualidade implícita e propõe uma ampliação para além do sentido de um enunciado que possui marcas lingüísticas de uma enunciação em sentido proverbial. Para a autora, o détournement  ampliado aplica-se a grande parte dos  casos de intertextualidade implícita, com um sentido equivalente de alteração textual ou retextualização.  A exemplo do que ocorre com valor de captação e valor de subversão, também a idéia de se fazer distinção entre détournement militante e lúdico é relativizada em algumas situações enunciativas. Está aí, pois, esboçado, o caminho que pretendemos percorrer na análise textual

 

 

Discurso e História

 

 

Escolhemos para análise dois textos de música popular brasileira e um de propaganda político-sindical:

1. Texto A: folder de divulgação do V Congresso Estadual dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, promovido pelo sindicato da categoria no Ceará.

2. Texto B: música Querelas do Brasil – Maurício Tapajós e Aldir Blanc – 1978.

3. Texto C: música Aquarela do Brasil- Ary Barroso – 1939 (Anexos).

O texto-A,  a partir do qual ativamos os dois outros textos, capa de um folder de divulgação do Congresso dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Ceará faz uma afirmação: “...O BraZil está matando o BraSil... e conclui com uma posição diante do evento enunciado: “Fora FHC e o FMI”.

O intertexto foi incorporado sem a citação do texto-fonte, a letra da música  Querelas do Brasil, onde está a frase “O Brazyl tá matando o Brasil”, uma posição crítica em relação à realidade brasileira que o locutor assume e atualiza em seu texto para a partir dela argumentar. Já o texto-fonte propõe a ativação de um outro texto, Aquarela do Brasil, mas neste caso, o locutor não assume o ponto de vista do texto fonte, adota uma posição de ironia, sátira, desqualificação, argumentando numa direção oposta.

Os três textos têm como tema o Brasil, mas um Brasil que é predicado diferentemente nos diversos momentos em que é enunciado, conforme os enunciadores e o contexto sócio-histórico e ideológico.

O texto-A, datado de 1999, dialoga com uma realidade marcada pelo neoliberalismo, onde os países ricos determinam para o terceiro mundo ou “mundo em desenvolvimento”, como se quer o Brasil, políticas econômicas e sociais que agravam os problemas sociais e econômicos, subjugando governos e povos, para preservação de privilégios e interesses outros das potências mundiais, como os Estados Unidos. O texto é, pois, uma denúncia da “extinção” do Brasil pelo Brazil e atribui ao governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) ao FMI (Fundo Monetário Internacional) a posição de aliados nesse “projeto”, responsáveis pelo “crime”, já que a conclusão é pela expulsão dos dois da vida política brasileira: “Fora FHC e o FMI”.

 

O texto-B é de 1978, um momento em que o Brasil vivia uma ditadura comandada pelos militares, com censura à arte e à cultura e muita repressão contra qualquer voz discordante ou silêncio “suspeito”. Entre os que se opunham ao regime, dentre eles inúmeros artistas, havia um sentimento de que o Brasil estava, de fato, sob ordens internacionais, principalmente dos Estados Unidos, inspirador e mantenedor de golpes militares e regimes ditatoriais nas Américas do Sul e Central.

 O AI-5 (ato institucional número 5) um dos instrumentos mais duros do regime impôs às artes a necessidade de  uso mais enfático de metáforas e alegorias. (Campedelle 1982:100). É nesse quadro histórico que se coloca  Querelas do Brasil, onde Brasil ganha não apenas o Z, mas a substituição do I por um Y, deixando reiteradamente clara a idéia de que a pátria não era tão “brasileira” quanto entoavam os sambas ufanistas. A querela textual-discursiva era com Aquarela do Brasil, de 1939, um tempo marcado por uma “onda ufanista”, sob a influência do Estado Novo, ditadura implantada a partir do golpe de estado de 1937.

Já no cenário internacional, a Segunda Guerra Mundial, que se colocou como um desafio para o governo brasileiro, que chegou a sugerir dúvidas quanto a posição a ser adotada entre as duas partes em confronto: o nazi-fascismo e as forças que se uniram para combatê-lo. Naquele momento, o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda promovia hinos louvando a “tranqüilidade” do Estado Novo (Documento Sonoro, 1980) e dando ênfase no tema do nacionalismo.

Como lembra Prado (1989/90: 24) era uma época de “exaltação cívica”, “arroubos patrióticos”, o que levou Ary Barroso a chamar sua música mais famosa de “samba-exaltação”.

O próprio governo da época chegou a oficializar o ufanismo:

 

“O ditador Getúlio Vargas, no auge da escalada populista, promovia manifestações de patriotismo, incentivando a produção de canções e sambas ufanistas. No intuito de estender a propaganda oficial ao nível mais popular possível, Getúlio baixou um decreto determinando que todas as sociedades carnavalescas desfilassem apresentando temas ligados a coisas brasileiras” (Sousa, 1982:4).

 

Compositores como Silas de Oliveira e Mano Décio, já em 1946, assumiram como estilo/temática a exaltação a heróis patriotas e o ufanismo. Depois de anos de  sambas patrióticos: Heróis da Liberdade, Exaltação a Tiradentes etc. em 1964, Silas de Oliveira também compõe o seu “samba-exaltação”,  Aquarela Brasileira, uma composição extremamente identificável com a obra de Ary Barroso, a partir do próprio título e do estilo-exaltação do Brasil.

 

 

Aquarelas e querelas

 

 

O Texto-A dialoga com o texto-B ao incorporar o intertexto “...o BraZil está matando o Brasil...”, constituindo-se uma relação de intertextualidade no sentido estrito, com presença de intertexto, mas implícita, sem a citação do texto-fonte. Dessa forma o locutor deixou ao interlocutor a necessidade de reconhecimento do intertexto, através do recurso à memória, à relação interdiscursiva,  atitude considerada vital para a construção do sentido. Como é comum nesses casos, o locutor busca o intertexto num texto que tenha uma certa repercussão pública, como por exemplo, a música, facilitando assim a ativação do texto-fonte pelo interlocutor.

Mas no discurso sindical em análise, Texto A,  percebe-se que o locutor ofereceu outras pistas que podem não levar ao texto-fonte, mas que cooperam para tornar a construção do sentido a mais próxima possível do que planeja o locutor. Tratamos pois de possibilidades, não de garantias absolutas, visto que o sentido não é algo dado, mas construído na interação sócio-comunicativa.

 O locutor ao anunciar/enunciar ( texto A) o congresso dos trabalhadores buscou no intertexto o ponto de apoio para sua argumentação (valor de captação), promovendo inclusive alterações importantes no intertexto (détournement), tais como: acréscimo da sílaba inicial do verbo estar na locução verbal ( está matando em lugar de “tá matando”) provavelmente movido pela distinção entre a escrita, mais formal, e o canto, mais coloquial. A grafia do nome próprio do responsável pela morte do Brasil, não apenas passou para o inglês, mas sofreu um reforço, pela inclusão de um y no lugar do i, o que também pode revelar uma atitude de ironia. Outros recursos de linguagem, verbais e não verbais foram chamados a ampliar as possibilidades de o interlocutor aproximar-se ao máximo do locutor na construção do sentido. Exemplo disso é o Z e o S , maiúsculos terem sido pintados, o primeiro com “recortes”  da bandeira dos Estados Unidos e o segundo, com as cores da bandeira  do Brasil, estabelecendo uma relação de identificação do “BraZil” com a condição de “invasor” e “matador” do “BraSil”, afetado pela ação do primeiro.

O próprio papel que oferece suporte ao texto concorre para a construção do sentido na linha da  orientação argumentativa do locutor, visto que se constitui de uma colagem de notícias e títulos jornalísticos em segundo plano, como pano de fundo do texto principal, que falam da conjuntura nacional, que ora apontam para o BraZil que mata: “Washington espiona o Brasil”, “País estuda negociar metas com o FMI”, “Real deixa 10 milhões de desempregados”, ora aponta para o BraSil que “morre” e/ou “reage”: “Saúde pública morre à míngua”, “Sindicatos mobilizam-se contra governo FHC”, “Oposição vai pedir CPI e impeachment de FHC”. O discurso-denúncia conclui pela necessidade de expulsar do poder no país e/ou do cenário político o  presidente FHC (Fernando Henrique Cardoso ) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) que seriam os representantes do BraZil que mata.

Estamos portanto, diante de um caso de polifonia e que também é intertextualidade: presença do intertexto e de pontos de vista,  enunciadores distintos:

E1- Um BraZil partilhado por aqueles se identificam e seguem o projeto neoliberal e que prejudica o País e seu povo.

E2- Um BraSil que se opõe ao neoliberalismo, não aceita a “morte” do País e conclama, interpela o interlocutor à luta contra o neoliberalismo.

O locutor  adere ao segundo enunciador, denunciando a posição de E1 e propondo a luta para fazer valer o ponto de vista de E2.

O intertexto central de A (1999) tem como texto fonte B (1978) que por sua vez dialoga ( confronta-se) com  C (1939). Os dois primeiros denunciam uma situação de exploração internacional, perda de autodeterminação do Brasil, ou o chamado imperialismo, onde os interesses dos países ricos, como os EUA predominam sobre quaisquer outros  de países periféricos.

Já o texto C exalta um “Brasil brasileiro”, cheio de paz, democracia, riquezas naturais e culturais.  Os três textos emergem em três momentos históricos diferentes em vários aspectos, mas marcados por dois pontos em comum, mobilizados pela memória discursiva: autoritarismo e o colonialismo.  Aquarela do Brasil e Querelas do Brasil foram criados em contextos políticos de ditaduras, uma  sob comando militar outra sob comando civil, mas enquanto Querelas  fala de um Brasil “invadido” e em processo de “morte” , situação contra a qual se coloca, Aquarela  canta um Brasil de samba, pandeiro, alegria, riqueza e paz, a favor do qual se coloca, assumindo uma ambigüidade inevitável de apontar para uma identificação com aquele momento histórico-político e ao mesmo tempo para exaltação mesmo de aspectos importantes da cultura brasileira e da realidade brasileira, razão praticamente se transformou numa espécie de hino, símbolo nacional constituído a partir de um ritmo largamente arraigado na alma nacional: o samba. Trata-se, pois, de um território discursivo habitado por inúmeras vozes que se confrontam deixando pistas de seus posicionamentos ideológicos.

Os textos são construções polifônicas, onde Querelas do Brasil faz ouvir a voz da denúncia de uma realidade adversa ao povo brasileiro, desqualificando pois o ufanismo e o civismo do regime militar, de forma polêmica e irônica, mas também se constituindo como um alerta em defesa de um Brasil que está sendo empurrado para o silêncio, para a opressão.

Aquarela Brasileira, faz ouvir a voz do Estado Novo com todo o seu ufanismo e exacerbado civismo, silenciando a voz da denúncia de um Brasil que era sufocado pela repressão, censura e outras atitudes dignas de um Brasil com Z e Y. O texto A que “deflagrou” este estudo, dialoga/confronta-se também com o autoritarismo e colonialismo, mais sofisticados, que assume diversos nomes, dentre os quais “progresso” , “modernidade” e “globalização” mas que na prática resulta num Brasil que não é brasileiro muito menos de todos os brasileiros.

 

 

Conclusão

 

 

Os textos analisados possibilitam uma compreensão clara da intertextualidade e da polifonia, inclusive das distinções entre os dois conceitos.

 O texto A ( Folder de divulgação do congresso dos Servidores Federais) revelou-se bom exemplo de como se pode identificar a intertextualidade e a polifonia, visto que dialoga com um texto previamente existente e coloca em diálogo  mais de um enunciador ( polifonia ). Se na intertextualidade a ativação do texto fonte reveste-se de muita importância, às vezes de importância decisiva, no caso do texto A, o locutor parece não ter se proposto a correr grande  risco e foi além do nível verbal, recorrendo a recursos gráficos e cores, numa  tentativa de garantia  de construção do sentido segundo sua orientação argumentativa.

Já a relação entre  Querelas do Brasil (B) e Aquarela do Brasil (C), exige bem mais do interlocutor, porque ao mesmo tempo em que B mantém uma relação de oposição com C, a começar pelo détournement  militante de título, também dialoga e se coloca em oposição a um discurso político “cívico”, ufanista do regime militar. Esse conhecimento torna-se fundamental para entender a relação de B com C e de ambos com o momento histórico  de cada um.

 Os textos oferecem muitas outras possibilidades de análise na perspectiva polifônica, pelo “coro de vozes” que se faz presente, pelo intenso embate discursivo  que ressalta posições ideológicas que se cruzam e se confrontam no Brasil significado.

 

 

Referências

 

CAMPEDELLI, Samira. Dias GomesColeção Literatura             Comentada.  São Paulo: Abril Cultural, 1982. 

DOCUMENTO SONORO. Nosso século. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

KOCH, Ingedore G. Villaça. O texto e a construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.

_________. O texto e a [inevitável] presença do outro. In: Letras/Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Artes e Letras, Curso de Mestrado em Letras, no. 14 (jan/jun 1997) Santa Maria: UFSM/CAL, 1997.

MAINGUENEAU,  Dominique. Termos-chave da análise do discurso. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

MORAES, J Jota de; KUBRUSLUY, Maurício. História da Música Popular Brasileira - João Bosco e Aldir Blanc. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

PRADO, Décio de Almeida. Três movimentos (musicais) em torno de 1930. Revista USP, no. 04 dez./jan./fev. São Paulo, 1989/90.

SOUSA, Tárik; Valença, Suetônio. Silas de Oliveira, Mano Décio & D. Ivone Lara - História da Música Popular Brasileira. São Paulo: Abril Cultual, 1982.

 

 

ANEXOS:

 

Texto A - propaganda[1]

V Congresso Estadual dos Trabalhadores no Serviço Público Federal

Sintsef – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal

 

 

...O BraZil

está matando

O BraSil...

Fora FHC e o FMI!

Caucaia Ceará, 13  17 /10/1999-Sesc-Iparana

 

 

Texto B  - Querelas do Brasil[2]

Maurício Tapajós e Aldir Blanc – 1978

 

 

O Brazyl não conhece o Brasil

O Brasil nunca foi ao Brazyl

Tapir Jabuti

Iliana alamanda alialaúde

Piau uruaru akitaúde

Piá-carioca porecramecrã

Jobim-akarore jobim-açu

Ôôô

Pererê camará tororó olerê

Piriri ratatá karatê olará

O Brazyl não merece o Brasil

O Brazyl tá matando o Brasil

Jerebasaci

Caandrades cunhãs ariranharanha

Sertõesguimarães bachianaságuas

 

Imarionaíma ariraribóia

Na aura das mãos de jobim-açu

Jererê sarará olerê

Blá blá blá bafafá sururu olará

Do Brasil, S.O.S. ao Brasil

Do Brasil, S.O.S. ao Brasil

Tionhrão urutu sucuri

Ujobim sabiá bem-te-vi

Cabuçu cordovil cachambi olerê

Madureira olaria ibangu olará

Cascadura água santa acari olerê

Ipanema inovaiguaçu olará

Do Brasil, S.O.S. ao brasil.

 

 

Texto C – Aquarela do Brasil

Ary Barroso- 1939

 

 

Brasil, meu Brasil brasileiro

Meu mulato isoneiro

Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá bamboleio que faz gingar

O Brasil do meu amor

Terra de Nosso Senhor

Brasil, pra mim, pra mim, pra mim

Ah! Abre a cortina do passado

Tira a mãe preta do serrado

Bota o rei Congo no congado

Brasil, pra mim

Deixar cantar de novo o trovador

A meritória luz da lua

Toda canção do meu amor.

Quero ver essa dona caminhando

Pelos salões arrastando

O seu vestido rendado.

Brasil, pra mim, pra mim, pra mim

Brasil, terra boa e gostosa,

Da morena sestrosa de olhar indiscreto

O Brasil  samba que dá bamboleio que faz gingar

O Brasil do meu amor,

Terra de Nosso Senhor

Brasil pra mim, pra mim, pra mim.

Oh! Esse coqueiro que dá côco

Onde eu amarro a minha rede

Nas noites claras de lua

Brasil, pra mim

Ah! Ouve essas fontes murmurantes,

Aonde eu mato a minha sede

E onde a lua vem brincar

Ah! Esse Brasil lindo e trigueiro

É meu Brasil brasileiro

Terra de samba e pandeiro

Brasil, pra mim, pra mim, pra mim

Brasil, pra mim, pra mim, pra mim

Brasil, Brasil...

 

 


[1] Optou-se por transcrever apenas o texto folder, já que demais detalhes não fazem  parte dos objetivos deste trabalho.

[2] Transcrição feita pelo autor a partir da escuta da música.