A
Filologia caracteriza-se por ser um estudo preponderantemente histórico,
enfocando o texto escrito, embora já se vislumbre a aplicação de seus
procedimentos em textos orais (BLANCHE-BENVENISTE, 1998, p. 129). Essa ciência
antiga focaliza a cultura de um povo que se expressa através de sua língua,
em suas diferentes produções textuais. Temos, então, na essência da
Filologia, uma tríade – a cultura, a língua e o texto – que justifica a sua importância
no plano das Ciências Sociais.
Ao
olharmos para a sua história, verificamos que a Filologia passou por
reestruturações, no que tange as suas metas e métodos. Conseqüentemente,
experimentou alterações quanto ao seu sentido, pois, com o passar do tempo,
foram sendo criadas várias possibilidades de pesquisas filológicas, sendo cada
uma delas, como nos lembram Guerra e Caller (2000, p. 19), “hija de su tiempo
y herdera de su tradición[1]”.
Percebe-se, assim, que, para atender às reformulações do pensamento humano
ocidental, a Filologia foi ganhado ramas no decorrer de sua trajetória,
tornando-se plurissecular e polissêmica.
Há,
portanto, no que diz respeito à Filologia, diferentes vertentes, que, até
certo ponto, se caracterizam quanto aos conteúdos, objetivos e metodologias
pelo epíteto que lhes acompanham: textual, românica, portuguesa, francesa,
entre outras (GUERRA, CALLER, 2000, p. 18). Em meio a essas diferentes
possibilidades de estudos filológicos, destacamos, a seguir, a Filologia
Textual e a Românica.
A
Filologia Textual é de suma importância, por ser de uma atividade articuladora
que viabiliza a existência de textos fidedignos, fontes essenciais para a
realização de pesquisas diversas, quer sejam históricas, literárias ou lingüísticas.
Ao estabelecer uma ponte entre áreas distintas, a Filologia Textual interage
com diferentes conteúdos. A guisa de exemplo, podemos mencionar a estreita ligação
que existe entre a abordagem histórica das línguas e os textos editados
criticamente, pois, como ressalta Telles, “... não se poderia estudar a fase
antiga de qualquer língua românica se não se dispusesse de edições críticas,
ou, pelo menos fidedignas” (TELLES, 2000, p. 100). Constata-se, deste modo,
que o texto crítico é conditio sine qua non para o desenvolvimento de
pesquisas concernentes à Filologia (Lingüística) Românica.
No
que diz respeito, propriamente, à Romanística, cumpre-se um primeiro
esclarecimento: tradicionalmente, os seus conteúdos são abordados na
disciplina intitulada Filologia Românica e não Lingüística Românica, o que
reflete a pluralidade dos estudos filológicos e a relação entre os textos
escritos e os estudos históricos atinentes à constituição das línguas românicas.
Fruto
da Filologia Comparada, a Filologia (Lingüística) Românica surge da urgência
de se compreender as relações existentes entre algumas línguas da Europa e da
vontade de se estabelecer suas origens. Já, no século XIV, Dante Alighieri
questionava as afinidades entre o italiano, o espanhol, o provençal e o francês.
Foi permeando entre dúvidas e indagações que o homem europeu buscou
incessantemente respostas para os seus questionamentos quanto à origem dos
idiomas neolatinos e, no século XIX, concluiu, a partir dos trabalhos de F.
Diez, que a gênese daquelas línguas era o latim falado, sem vê-lo como uma
deterioração do latim clássico (GAUGER, 1989). As reflexões no âmbito da
Romanística giram, portanto, em torno da unidade subjacente a uma rica
diversidade cultural, histórica, social, política e lingüística, e têm por
objetivo entender como se formaram as línguas oriundas do latim, enfocando o
elo existente entre língua e sociedade, em uma perspectiva temporal.
Dentro
de um quadro complexo de possibilidades para o desenvolvimento de estudos filológicos,
procuraremos, a seguir, tecer sucintas linhas a propósito do modo como a
Filologia é vista na sociedade, mais especificamente, nos cursos de Letras.
Os
estudos filológicos[2]
são geralmente vistos como eruditos, distantes da realidade prática. Esta visão
é compartilhada por diferentes grupos sociais como se pode notar a partir das
assertivas feitas no livro intitulado ?Cómo estudiar filología? (2000).
Neste, os seus autores, Guerra e Calle (2000, p. 15), chamam a atenção para o
estranhamento que pode causar na sociedade o fato de alguém querer seguir a
carreira de filólogo. Afinal, questionam os referidos autores: “Todo el mundo
conoce a muchos médicos, abogados o ingenieros, pero ?filólogos? A qué se
dedican?[3]
Tal dúvida pode existir naturalmente nas diferentes comunidades, mas não na
Academia, onde os papéis e funções dos filólogos devem ser claros e bem
definidos. Muitas vezes, porém, por mais absurdo que pareça, pessoas
identificam os filólogos como aqueles que gostam de “papéis velhos”.
Acreditamos que esse preconceito pode ser ocasionado por alguns fatores, dentre
os quais destacamos: 1) o desconhecimento do conteúdo abordado pela Filologia,
devido a sua ausência em alguns currículos
de Letras; e 2) a incompreensão
por parte daqueles que cursam a disciplina e
não apreendem a sua funcionalidade. Assim, por vivenciarmos situações
em que se questionam a finalidade dos conteúdos ministrados nas disciplinas de
caráter filológico e por presenciarmos uma reformulação dos cursos de
Letras, para atender as Diretrizes Curriculares Nacionais, decidimos abordar,
nesta comunicação, a presença ou ausência da Filologia (Lingüística) Românica
nas graduações em Letras oferecidas em Universidades e Faculdades baianas,
mais especificamente, em Salvador e Região Metropolitana, almejando refletir a
respeito de sua finalidade para a formação dos discentes em Letras.
Através
de entrevistas em Instituições de Nível Superior nas localidades supraditas,
verificamos que seis Instituições oferecem cursos de Letras. Destas, apenas
quatro possuem a disciplina Filologia Românica em suas matrizes curriculares. O
número de disciplinas obrigatórias referentes à Romanística varia a depender
da Instituição em enfoque e da habilitação em destaque, se vernáculas ou
estrangeiras, entre outras possibilidades.
A
partir do levantamento realizado, verificou-se que os discentes de duas
graduações em Letras ficam privados de informações sobre as variações
e mudanças lingüísticas na România, em uma perspectiva histórica, porque em
seus currículos não constam a disciplina Filologia Românica. Deve-se
ressaltar, porém, que esse prejuízo não é total, pois, nestes cursos,
enfoca-se a Filologia Ibérica. Mas, de qualquer modo, alunos se formam sem a noção
geral do processo de fragmentação do latim e constituição das línguas
novilatinas. Deste modo, nega-se aos estudantes, em última instância, a
oportunidade de trilhar novos caminhos, a partir de uma análise temporal e
espacial que revela a ligação entre língua e sociedade. Talvez essa ausência
gere, na comunidade acadêmica, algumas dúvidas quanto à utilidade da Romanística
nos cursos de Letras. Destarte, teceremos, na seqüência, alguns comentários
atinentes a sua função nos cursos de Letras.
Nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), é salientada a necessidade de
respeitarmos as variedades do português, que se expressam na fala dos
diferentes alunos. Da mesma forma, é ressaltada a importância de o discente do
ensino fundamental entender “que todas as variedades lingüísticas são legítimas
e próprias da história e da cultura humana” (PCN, 1998, p. 83). Ora, nos
cursos de Graduação em Letras, essa reflexão é feita
constantemente, desde as primeiras aulas das disciplinas do eixo lingüístico.
No entanto, ao que nos parece, uma visão histórica que contemple o jogo dialético
das variantes e das mudanças lingüísticas nos é dado em disciplinas como a
Filologia Românica, quando enfocam as conexões entre a sócio-história e a língua
de um povo.
O
professor de Filologia (Lingüística) Românica dialogará com os alunos de
modo que se explicite o maior exemplo de mudanças lingüísticas que o Ocidente
pode ter conhecimento: a fragmentação do latim e a formação das línguas
novilatinas. Não através de hipóteses ou de reconstruções, mas por meio de
uma documentação escrita, que nos ajudará a compreender, em parte, como se
deu o processo de constituição das línguas românicas, entre elas: o português,
o espanhol, o francês, o italiano e o romeno. Em estudos de fases mais antigas
de uma dada língua, não podemos ter acesso – devido a questões históricas,
conhecidas por todos – a registros de fala, é verdade, mas, para lembrar
Labov (1982, p. 20), os estudos diacrônicos se caracterizam como a arte de
fazer o melhor uso de maus dados.
Vale
lembrar, inclusive, que não há a necessidade de expurgarmos as fontes escritas
de nossas pesquisas. Se nos comportarmos desta maneira, estaremos assumindo uma
postura reacionária, como aquela adotada pelos estudiosos de tempos longínquos
que consideravam, tão somente, as línguas que possuíam uma literatura
expressiva e que viam, nas mutações lingüísticas, a degeneração de uma língua.
Ademais, não devemos esquecer que a modalidade escrita permite entrever, em
certa medida, processos de variação, em especial, na escrita dos grupos que
possuem menor escolaridade.
Ressaltamos
também que o professor de Filologia (Lingüística) Românica não “ensina”
apenas metaplasmos, como infelizmente, podem pensar alguns; mas reflete,
mormente, sobre a variação
e a mudança lingüística em qualquer instância: diafásica, diatópica,
diastrática ou diacrônica, e em todos subsistemas: fonético-fonológico,
morfológico, sintático, lexical, semântico e pragmático, mostrando as
inter-relações entre os encaixamentos sociais e estruturais de uma língua –
o latim – e enfocando as transformações incessantes e permanentes, pelas
quais se constrói o seu devir – as línguas românicas.
Verificamos,
pois, que os conteúdos ministrados em Filologia Românica sensibilizam, ainda
que indiretamente, o discente de Letras para questões concernentes ao ensino,
na medida em que consideram a variação como inerente a língua, e ao passo que
discutem posturas irracionais e irrealistas, para dialogar com Marina Yaguello
(2001, p. 281), em relação à mudança lingüística. Afinal, como sabemos, em
situações práticas/reais de ensino, encontraremos, em salas de aula,
falantes/alunos pertencentes a regiões, a classes sociais e faixas etárias
diversas e essa pluralidade será refletida em suas falas. Destarte, acreditamos
que a reflexão a propósito da diversidade lingüística em seu aspecto histórico
possibilita aos professores/pesquisadores em formação perceber que, apesar das
diferenças sociais e lingüísticas, temos em sala uma unidade: a de alunos que
precisam conhecer, compreender, e sobretudo usar os múltiplos registros de sua
língua materna nas diversas circunstâncias sociais de interação, sem
discriminar as diferenças existentes, como chama a atenção os PCNs (1998).
A
fim de se exemplificarem alguns temas discutidos nas aulas de Filologia Românica,
lançamos algumas questões que visam à reflexão sobre as diferentes normas da
língua portuguesa em comparação com as normas de outras línguas românicas:
1.
Por que as pronúncias com palatalização de /t/ antecedido por /y/, em
lexias como oi[tS]o,
noi[tS]e
e mui[tS]o,
são consideradas padrão em espanhol e em português não?
2.
Por que as pronúncias com yeísmo, em palavras como traba[y]ar,
bata[y]a, fi[y]a são estigmatizadas em português e, em francês (trava[y]er,
bata[y]e e fi[y]e) se tornaram padrão? Existe alguma relação entre a história
do povo francês e a aceitação do uso com yeísmo?
3.
Por que temos palavras do padrão sincrônico do português como [kR]avo,
[fR]aco,
[pR]azer,
que advém, respectivamente, de [kl]avu, [fl]accu e [pl]acer,
formas constituídas por grupos consonânticos de oclusiva ou fricativa +
lateral e não vibrante? Esse fenômeno já ocorreu em outras sincronias do
português? Cada época elege o seu padrão? A definição de “certo”, de
“adequado”, de “belo” pode mudar de um tempo para outro?
Em
meio a tantas indagações, parece óbvio, para qualquer estudante de Letras
desde os seus primeiros semestres, que a eleição de uma variante ou de outra
relaciona-se a questões extralingüísticas. No entanto, será no curso de
Filologia Românica que essa noção fundamentar-se-á através de dados históricos,
possibilitando ao discente uma visão mais global de um fenômeno complexo, como
é o elo existente entre língua e sociedade.
Na
disciplina em enfoque, examina-se, entre outros assuntos: 1) como o latim,
relativamente uno, teve suas diferenças acentuadas a partir de fatores sócio-históricos;
2) discute-se a conexão existente entre o latim e as línguas românicas; 3)
identificam-se os motivos que levaram as comunidades herdeiras da tradição
latina a assumir a existência de outros sistemas lingüísticos; 4) observa-se
qual era a relação estabelecida pelos falantes das neófitas línguas românicas
com o latim.
Para
dar outro exemplo de questões práticas suscitadas nas aulas de Filologia Românica,
podemos mencionar as seguintes indagações:
1.
Serão necessárias posturas rígidas e puristas a propósito dos empréstimos
lexicais em uma dada língua? Serão realmente uma ameaça? Qual a ligação
existente entre essa forma de neologismo e a sociedade? Os empréstimos são
todos da mesma natureza? Qual a procedência de palavras, tão usuais em nossa língua,
como: arroz, cama, esquerdo, guerra e poesia?
São todas criações do português, a partir de bases latinas? Têm a mesma
idade? Expressam algum tipo de relação social?
2.
Por que usamos, como os falantes do espanhol, a lexia comer para
denominar o ‘mastigar e engolir alimentos, o alimentar-se’, enquanto os
falantes do francês usam manger e os italianos mangiare para a
mesma noção? Ou por que se designa a
‘parte do corpo humano que contém o encéfalo, os olhos, as orelhas, o nariz
e a boca’ por cabeça, em português, e tête, testa,
respectivamente, em francês
e em italiano?
3.
Por que denominamos por abelha ‘o inseto himenóptero que fabrica a
cera e o mel’, mas chamamos de apicultor o ‘criador ou tratador de
abelhas’ e de apiário ‘estabelecimento e instalações destinadas à
criação destes insetos’?
Será
que as questões supracitadas não são de interesse do aluno de Letras? São
meros eruditismos? Cremos que a resposta apenas será positiva se se conceber a
formação do discente em uma perspectiva estanque e imediatista, sem se
considerar, entres outras questões, que qualquer fato sincrônico tem sua história;
que, em qualquer estado real de língua, podem coexistir formas de diferentes
estágios de evolução; que não se faz história de um fato lingüístico sem
se fazer descrições sincrônicas. Assim, acreditamos que é necessário
olharmos para o passado a fim de entendermos o presente, e, certamente, se
compreendermos as variações e mudanças de tempos pretéritos, será mais
simples aceitarmos as variantes do momento atual, sem estigmatizá-las ou julgá-las,
pois como salientam os PCNs, não devemos nos esquecer que:
Frente
aos fenômenos da variação, não basta somente uma mudança de atitudes; a
escola precisa cuidar para que não se reproduza em seu espaço a discriminação
lingüística. Desse modo, não pode tratar as variedades lingüísticas que
mais se afastam dos padrões estabelecidos pela gramática tradicional e das
formas diferentes daquelas que se fixaram na escrita como se fossem desvios ou
incorreções.” (PCNs, 1988, p. 82).
Nos cursos de Filologia Românica, discutimos posturas, desmistificamos
padrões, constatando que formas do português padrão de hoje provêm de
processos de variações e de mudanças, os quais seriam rotulados, em outras
sincronias, “erros”, em uma perspectiva purista. Verificamos, outrossim, que
variantes do português popular ocorrem em outras línguas novilatinas sem serem
estigmatizadas. Refletimos, pois, sobre a essência lingüística humana: a
mudança, demonstrando o percurso histórico das variantes e ressaltando a
interdependência entre sincronia e diacronia.
Para
concluirmos esta comunicação, gostaríamos de rememorar o discurso de Guerra e
Caller através da seguinte citação:
la
diversidade há sido siempre uno de los aliciantes y estímulos essenciales de
la investigación filológica. Reconstruir la diferencia, conocerla y
transcenderla permite, además de penetrar en universos que nos resultan poco
familiares, entablar diálogos entre dos mundos, el proprio y el ajeno, adquirir
experiencia histórica, activar y recrear la tradición; y todo ello en último
término deriva en la ampliación de nuestros márgenes de tolerancia y de
apertura mental[4]”.
(2000, p. 22-23).
E,
finalmente, queremos ressaltar que, assim como na Escola não há espaço para a
discriminação lingüística, na Academia, como nos parece óbvio, não lugar
para a discriminação quanto a abordagens, teorias e opções, pois, como
sabemos, em ciência não há verdades, mas diferentes possibilidades de
interpretarmos os fatos.
BLANCHE-BENVENISTE,
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del texto. In: Id. Estudios lingüísticos sobre la relación entre oralidad
y escritura. Barcelona: Gedisa, 1998. p. 129-50.
BRASIL,
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
CANO
AGUILAR, Rafael. Introducción al análisis filológico. Madrid:
Castalia, 2000.
FARACO,
Carlos Alberto. Lingüística Histórica: uma introdução ao estudo da
história das línguas. São Paulo: Ática, 1991.
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TELLES,
Célia Marques. Mudanças lingüísticas e crítica textual. Estudos Lingüísticos
e Literários, Salvador, n. 25-26, p. 91-119, jan.-dez. 2000.
[1] Filha de seu tempo e herdeira de sua tradição. (Tradução nossa.).
[2] Compreendidos em suas diferentes acepções.
[3] Os autores compreendem filologia em sentido lato.
[4] A diversidade tem sido sempre um dos atrativos e estímulos essenciais da investigação filológica. Reconstruir a diferença, conhecê-la e transcendê-la permite, além de penetrar em universos que nos resultam pouco familiares, iniciar diálogos entre dois mundos, o próprio e o distante, adquirir experiência histórica, ativar e recriar a tradição; e tudo isso em último caso deriva [conduz a] na ampliação de nossas margens de tolerância e de abertura mental”. (Tradução nossa).